COORDENADAS RECTANGULARES

Quando se pretende representar numa superfície plana zonas extensas da superfície terrestre, é necessário adoptar sistemas de representação plana do elipsóide, visto que este não é planificável. Isto é, por intermédio de uma projecção geométrica ou por fórmulas analíticas de transformação, estabelece-se uma correspondência biunívoca entre os pontos do elipsóide definidos pelas suas coordenadas geodésicas e os pontos do plano definidos por coordenadas rectangulares.

O posicionamento relativo do elipsóide de referência e do plano cartográfico é definido por intermédio de um ponto, situado de preferência no centro da região a representar, designado por ponto central.

Nestas condições, os meridianos e os paralelos são representados por linhas rectas ou curvas, sendo sempre uma linha recta o meridiano que passa pelo ponto central da zona considerada. É a este meridiano central (designado por meridiana) e à recta que lhe é perpendicular e passa no ponto central da região, que se referem as coordenadas rectangulares, designadas por M (distância à meridiana) e P (distância à perpendicular).

meridiana-perpendicular

Uma direcção qualquer AB pode ser posicionada relativamente ao sistema de coordenadas rectangulares através do ângulo que forma com a direcção da recta meridiana.Este ângulo chama-se azimute cartográfico ou rumo da direcção AB.

Representa-se por (AB) e, tendo vértice no ponto A, conta-se no sentido retrógrado (sentido dos ponteiros do relógio) a partir da direcção definida pela meridiana, que corresponde à direcção do Norte Cartográfico, até à direcção definida pelos pontos A e B.O rumo de uma direcção varia entre zero e 400 grados.

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Os ângulos em Topografia são sempre descritos no sentido retrógrado. Deste modo, duas semi-rectas com a mesma origem, como as semi-rectas EA e EB, definem dois ângulos distintos, o ângulo AÊB e o ângulo BÊA.

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PRINCIPAIS PROBLEMAS COM COORDENADAS RECTANGULARES

CÁLCULO DO RUMO INVERSO

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Transporte de rumos

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TRANSMISSÃO DE RUMOS

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TRANSPORTE DE COORDENADAS

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CÁLCULO DE RUMOS

t7

CÁLCULO DE DISTÂNCIAS

t8 Quando se pretende levantar uma determinada parcela de terreno, de um modo geral substitui-se essa parcela por um conjunto de pontos que podem ser ligados entre si por alinhamentos rectos.  Como se viu anteriormente, a operação topográfica conduz a duas espécies de medidas: ângulos e distâncias.  A medição de distâncias envolve um processo mais demorado e exige maior cuidado comparativamente com a medição de ângulos. Por tal motivo, a medição de distâncias pode ser substituída pela medição de ângulos.

MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO DE COORDENADAS DO ESQUELETO DE APOIO TOPOGRÁFICO

Poligonação: consiste no estabelecimento, observação e cálculo de poligonais. ¨ Poligonais não são mais do que um conjunto de sucessivos segmentos de recta formando uma linha poligonal, da qual se medem os comprimentos dos lados e os ângulos que estes formam. ¨ A poligonação é uma operação tridimensional que permite transportar simultaneamente coordenadas cartográficas e altitudes ortométricas.

Como a poligonação é um método de cálculo de coordenadas, que, para a obtenção do mesmo número de pontos de apoio, é de execução muito mais rápida do que a triangulação e as intersecções, em determinados estudos, não sendo a precisão um factor primordial, pode-se utilizar apenas a poligonação para obtenção do apoio necessário.  Em alguns tipos de levantamentos, em que é necessário fazer o levantamento de uma faixa de terreno comprida e estreita, como por exemplo, no caso de traçado de estradas, caminhos de ferro, redes de saneamento, linhas de alta tensão, etc, também é normalmente utilizada a poligonação.

Uma poligonal pode ser:

É natural que se cometam erros que interessa controlar. Esses erros, dado que se medem ângulos e distâncias, são:

O estabelecimento de uma poligonal deve ser feito após um prévio reconhecimento da zona, dependendo o seu traçado do acidentado do terreno e do facto de se tratar, ou não, de uma zona densamente arborizada.  Não se podem por isso estabelecer normas rígidas para o traçado de poligonais, no entanto, para se melhorar a precisão dos resultados obtidos, convém que a escolha dos vértices tenha em atenção alguns aspectos.

No estabelecimento de uma poligonal deve procurar-se:

Cálculo e compensação de uma poligonal com vértices A, 1, 2, 3 e B, apoiada nos vértices A e B de uma triangulação. Conhecem-se ainda as coordenadas dos vértices A’ e B’, ou os rumos (AA’) e (BB’).

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 PROCEDIMENTO DE CÁLCULO:

  1. Cálculo dos rumos provisórios
  2. Cálculo do erro de fecho angular e verificação das tolerâncias
  3. Cálculo dos rumos definitivos
  4. Cálculo das coordenadas relativas provisórias
  5. Cálculo do erro de fecho linear (ou planimétrico) e verificação das tolerâncias
  6. Cálculo das coordenadas relativas corrigidas
  7. Cálculo das coordenadas absolutas
  8. Cálculo do erro de fecho altimétrico e verificação das tolerâncias
  9. Cálculo das cotas

1. Cálculo dos rumos provisórios

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2. Cálculo do erro de fecho angular e verificação das tolerâncias

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2. Cálculo do erro de fecho angular e verificação das tolerâncias

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2. Cálculo do erro de fecho angular e verificação das tolerâncias

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3. Cálculo dos rumos definitivos

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4. Cálculo das coordenadas relativas provisórias

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5. Cálculo do erro de fecho linear (ou planimétrico) e verificação das tolerâncias

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Com os valores de εM e εP calcula-se o erro de fecho linear da poligonal:

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6. Cálculo das coordenadas relativas corrigidas

t18.jpg

7. Cálculo das coordenadas absolutas

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8. Cálculo do erro de fecho altimétrico e verificação das tolerâncias

9. Cálculo das cotas

BIBLIOGRAFIA: FONTE, CIDÁLIA C.. “TEXTOS DE APOIO DE TOPOGRAFIA”. DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA FCTUC, UNIVERSIDADE DE COIMBRA.